O Sorriso que se vai
Quando perdemos uma estrela como Paulo Gustavo, representa um despertar daqueles que estavam em estado catatônico.
Escrever este artigo é bem dolorido, perdemos tantas pessoas amadas, tantas lembranças, tantos sorrisos que deixam saudades. Esta pandemia deveria ser enfrentada com mais seriedade, mas não é o que parece estar acontecendo no Brasil com um governo negacionista.
Quando perdemos uma estrela/luz como Paulo Gustavo, ela representa um despertar daqueles que estavam em estado catatônico, ou em sua bolha de proteção, para a realidade que nos assola diariamente com mais de dois mil mortos por dia no país.
Esta é uma doença que não escolhe classe social, cor, credo, etnia. Por mais de um ano o governo federal negligenciou algumas obrigações e negociações. Por este motivo, a vacina, que é a única resposta, não chegou a tempo de salvar tantos como o Paulo Gustavo. O atraso na vacinação deu oportunidade para que o vírus sofresse mutações e se propagasse ainda mais rápido.
Conforme linha do tempo do artigo no site Sanar temos em números os efeitos do descontrole da pandemia e falta de um plano nacional para contenção desta doença:
Em 113 dias de 2021, foram registrados 195.949 mortes por COVID-19, contra 194.976 em 289 dias da pandemia em 2020. No total, soma é de 14.339.412 casos e 390.925 óbitos, de acordo com balanço do consórcio de veículos de imprensa. O mês de abril de 2021 se tornou o mais letal da pandemia da COVID-19 no Brasil, com 67.723 mortes confirmadas.
Curiosamente, perdemos em 4/05/20 Aldir Blanc, e agora em 4/05/21 Paulo Gustavo. Entre um e outro, nada foi feito nesse caos da saúde para que não tivéssemos que chorar mais perdas que apertam o coração.
Torcemos para que a luz de Paulo Gustavo possa iluminar cada dia mais a consciência das pessoas em nosso país.
Por fim, ficamos com as últimas palavras deste brilhante ator: ‘’Rir é um ato de resistência’’. E assim devemos continuar a nossa luta, resistindo, ouvindo a ciência e lutando para que dias melhores venham pela frente.