Aquisição de novos ônibus escolares divide opiniões em Santa Teresa (ES)

Vamos dar crédito a quem merece! Políticos precisam repensar seus valores e missão enquanto gestores públicos.

20 de maio de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021

Recentemente, a atual gestão do município de Santa Teresa (ES) anunciou em suas redes sociais a aquisição de quatro novos ônibus escolares. A publicação com legenda incompleta e com ênfase na aquisição induziu munícipes a dar crédito do feito à nova gestão. Devido a este mal entendido, o Convergente foi demandado pelo munícipe Sebastião Nunes a corrigir o equívoco esclarecendo os fatos e prestar a devida homenagem a gestão do ex-prefeito Gilson Amaro pelo negócio.

Segue mensagem de Sebastião Nunes ao Convergente:

A preocupação com a educação sempre foi constatada nos mandatos do ex-prefeito Gilson Amaro e isto precisa receber o reconhecimento devido.

No intuito de dar uma educação de qualidade aos teresenses no final do ano de 2020 foi iniciado um processo de adesão de ata para aquisição de 04 ônibus escolares através dos processos n°11579/2020 e 11580/2020, os mesmos empenhados no mês de novembro. Porém a empresa não conseguiria entregar os veículos ainda no ano de 2020, conseguindo entregar apenas em maio/2021.

O valor total aplicado nessa aquisição foi de R$1.043.900,00 e os recursos utilizados para pagamento dos veículos foram proveniente de recursos próprios do município na gestão do então prefeito Gilson Amaro.

Como os veículos não foram entregues no ano da contratação (2020), os recursos foram deixados em caixa para realização do pagamento no ato da entrega na próxima gestão.

Expomos tais fatos para esclarecimentos da gestão atual e que se corrija a falha de comunicação. Não cabe a nós julgar, se foi de forma consciente ou inconsciente, proposital ou não, que cometeram tal erro. O objetivo deste artigo é dar conhecimento da verdade dos fatos e respeitar o trabalho de quem o fez.

A este princípio chamamos ‘Transparência’, ou accountability, um termo da língua inglesa que traduzido para nossa significa ‘responsabilidade com ética’. É a exigência da transparência de todos os membros de um órgão executivo, administrativo, ou representativo, de prestar contas à institutos controladores e aos seus representados com informações completas e fidedignas.

Sendo assim, o cidadão teresense precisa ficar atento e cobrar os devidos créditos às benfeitorias municipais à quem de direito. É importante que juntos resgatemos a ética na administração pública. A política em seu valor intrínseco, deveria ser um princípio agregador e nunca uma guerra de narrativas e disputas de poder.

Se a política continuar assim, os únicos prejudicados continuarão sendo sempre os próprios cidadãos, para quem as políticas públicas deveriam ser pensadas e os políticos, em seus mandatos, deveriam trabalhar com dedicação exclusiva. Penso que há grande nobreza de espírito no reconhecimento do gestor subsequente aos feitos daqueles que o antecederam. 

Quando gestores públicos pensarem menos em si próprios e no poder, concentrarem mais de seus esforços na gestão com foco no bem estar da população, serem honestos quanto as coisas boas realizadas pelos demais gestores, o povo há de reconhecer e aprovar o gestor com as honras devidas. 

Quem sabe, se gestores agirem assim com mais ética e mais generosidade, a população comece a ver a política com bons olhos e tome prazer nos processos decisórios que são tão importantes e aos quais cada cidadão deveria participar mais ativamente. Guerras políticas por narrativas, por poder, falta de ética, só fazem afastar o cidadão dos processos políticos tão importantes para ele e a comunidade.

Usurpar, ou ocultar deliberadamente, os créditos das benfeitorias de gestões passadas não é saudável e depõe contra qualquer político quanto ao seu caráter público. Fica aqui nosso repúdio contra atos assim e nosso apelo para que mudemos esta postura.

Em última consideração, cabe lembrar ao contribuinte, que o bom uso do dinheiro público, por qualquer gestor, é conquista do povo, seja por sua influência no voto ou por seu pagamento de impostos. Ao administrador, cabe usar os recursos com transparência, eficiência e competência. Cada gestor merece a devida menção sobre seus feitos para que o povo acompanhe, decida junto com ele, possa cobrar o melhor uso dos recursos e na hora do voto escolher seu candidato por tudo que realizou de fato.

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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