Vidas valem mais que uma Copa
Muitos meses e e-mails para decidir se compraria vacinas, um único convite e todo esforço para sediar a Copa América
Aos trancos e barrancos Bolsonaro aprovou a realização da Copa América em solo brasileiro. Num momento em que o país passa por uma pandemia, que se arrasta há mais de um ano, ele resolve sediar no Brasil uma competição que mobiliza massas de torcedores de futebol e que por muitos anos foi realizada em intervalos de 4 anos.
Talvez este "circo" seja para desviar os holofotes da CPI da Covid no Senado, que investiga as omissões e ações criminosas, deliberadas por este (des)governo.
A realização da Copa América em solo brasileiro faz parte do plano populista de Bolsonaro, ao cooptar a paixão nacional pelo futebol para tentar melhorar seu desempenho nas pesquisas. Estratégia que poderia ser considerada indigna de qualquer povo, se não fossem os tempos sombrios que vivemos.
Esta estratégia repete o feito de ditadores como Franco, na Espanha, e o General Garrastazu Médici que interferiu até na escolha do técnico da seleção.
Como explicar um chefe de Estado coordenar uma campanha contra o técnico Tite (que demonstrou racionalidade ao tratar do caso da Copa no Brasil) ao invés de concentrar forças para liderar um processo de vacinação em massa?
Os questionamentos levantados pelos jogadores, equipe técnica e até dos patrocinadores, nos dão esperança no resgate de um símbolo importante de nossa nacionalidade: a camisa amarelinha, que nos faz reconhecidos em cada canto do planeta.
Torço muito para que a seleção volte a nos encantar, em campo e fora dele, preferencialmente após a pandemia, para comemorarmos um título vestindo a camisa amarela e com os abraços que merecemos dar um nos outros.