Meio Ambiente - a juventude pode mudar?
Colaboração de leitora
Ontem, da janela do meu trabalho, fiquei observando a rua lá fora. Do outro lado, os pais compraram um brinquedo para o menino. O vejo tirar embalagem e a jogar no chão. Bem em frente estavam as lixeiras.
Fiquei observando irem embora e aquela embalagem ficando ali jogada. Logo me veio à mente: "Deveriam educar essa criança". Imediatamente, meu pensamento me fez uma pergunta: "Como educar esta criança, se os pais não são exemplo?"
Me recordei de um fato ocorrido há muitos anos, quando estava no pátio da escola e avistei meu colega jogando a sobra do lanche no chão. Quando ele reparou em mim e viu que eu o observava, ele disse: "A faxineira que limpe!". Em nossa escola não havia nenhuma placa indicando "Lixo", ou "Jogue aqui o lixo", nem tínhamos professores nos ensinando sobre o assunto no dia a dia. Excetuando as aulas de biologia, com questões ambientais meia boca, nada na escola indicava conscientização e educação sustentável.
De repente, lá estou eu viajando com meus pensamentos e lembrando os tempos que passei em Santa Catarina. Ali era tudo muito limpo, as pessoas advertiam que o lixo não poderia ser jogado no chão, árvores plantadas em suas vias, jardins floridos... enfim, uma cidade que exalava a cultura da manutenção e preservação da vida.
Terminei minha jornada de trabalho e caminhando no jardim da praça, encontrei garrafas d'água jogadas no chão e em meio as flores...
A educação e a cultura de um lugar dizem muito sobre como a cidade é. E a educação "de casa" reflete nessa sociedade. Meu pai sempre dizia: "Lugar de lixo é no lixo". "Se quer se juntar aos porcos...more num chiqueiro". De um jeito rústico, eu aprendi algo que a escola poderia ter me ensinado, que a aquela cidade deveria multiplicar.
Eu percebi que a poluição, a destruição do meio ambiente, vem do ser humano em viver igual "burros no cabresto". Não olham para o lado, para o próximo, não querem entender o porquê daquele jardim, o valor de uma árvore. Estão criando as crianças no consumismo, mas não na valorização das pessoas, do ambiente, das coisas e da consciência das coisas.
O ato daquele menino tocou muito em mim. Mas, para uns, passa despercebido como algo banal. E é aí que começa o quanto não vamos ter mudança, mas apenas atraso.
O que você acha de promovermos esses acertos?