Feminicídio não pode mais ser minimizado

É preciso unir ciência, políticas públicas e educação para vencermos este flagelo

20 de julho de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021
Desenho de Adilson Patrocínio
Desenho de Adilson Patrocínio

Na imagem de capa uma Obra de Adilson Patrocínio ilustra nossa triste derrota como nação. Em alusão a imagem uma pequena parábola do mesmo autor:

Feminicídio Brasil

Na calada da noite,
Um marido mal amado,
Um ex-amante, um namorado 
Invade a sala do museu...
Num gesto de cruel audácia 
Crava no peito 
Da Vitória da Samotrácia 
Um sinistro facão de cozinha. 
O sangue escorrido do peito
Faz no ventre da estátua 
O desenho perfeito 
Do mapa do Brasil.

No domingo, 18 deste mês, uma mulher que trabalhava como empregada doméstica foi jogada por seu marido para fora de seu carro em movimento. Em seguida a atropelou na tentativa de matá-la. A mulher foi levada ao hospital e sobreviveu, porém, nem todas as mulheres, esposas e mães têm a mesma sorte. Qual o porquê de tanta violência?

Por que acontecem tantos casos de feminicídio? Um artigo da Veja Rio tenta trazer luz sobre o assunto. Quem escreve é Analice Gigliotti, Mestre em Psiquiatria pela Unifesp e no sucinto texto mostra como nossa cultura pode explicar muito sobre mais esta tragédia humanitária brasileira.

Precisamos entender nossa história, o quê está em curso na política, para mudarmos este estado de violência. É preciso unir ciência, políticas públicas e educação, a começar em nossas casas, num grande esforço para sairmos desta triste estatística. Não dá para aceitarmos tanta violência e continuarmos na contra-mão do que estudos e políticas mundiais já provaram que não dá certo. Leia um trecho da matéria:

O ascendente número de casos no Brasil está em consonância com o país em que vivemos e com a realidade que, cada vez mais, se desenha. Somos uma nação de cultura machista e violenta. Na esfera pública, há um amplo debate – liderado por homens – pelo direito de indivíduos civis andarem (mais) armados, alegando uma pretensa legítima defesa. Tal abordagem, em plena terceira década do século 21, chega a ser constrangedora, tamanho anacronismo com o que entendemos por civilidade. Desde 1990, a OMS trata o feminicídio como uma grave questão de saúde pública.

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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