O que está acontecendo com a saúde pública em Santa Teresa?

O Convergente vem recebendo várias denúncias preocupantes e precisamos tomar atitude

3 de setembro de 2021
atualizada em 3 de setembro de 2021
Fotos do arquivo pessoal: Gabriel, Paulino e Irene Braun
Fotos do arquivo pessoal: Gabriel, Paulino e Irene Braun

Entre as denúncias que o Convergente vem recebendo estão a falta de vagas para consulta; diminuição na oferta de variados atendimentos; demora para testes da covid-19; falta de presteza no acompanhamento dos infectados pelo Coronavírus; falta de transporte para doentes incapacitados; ausência de profissionais para atendimento telefônico nos postos e secretaria; entre outras. A sensação que a população demonstra é que a Secretaria de Saúde estaria um caos.

Não existe nada que afete mais a paz de uma família do que a falta de saúde e recursos para cuidar dos seus amados. É como diz a máxima popular: "Tendo saúde e paz, o resto a gente corre atrás!" Se ouvirmos atentamente o clamor da população mais carente, veremos que as cobranças para uma simples consulta do pai cardíaco; para o teste da Covid-19; não são supérfluas. Foi o que nos expôs o jovem Gabriel Braun.

O pai de Gabriel é cardíaco, recentemente foi diagnosticado com Mal de Alzheimer e depende de medicação continuada. Na falta dos remédios, o senhor Paulino Augusto pode sofrer um acidente vascular e vir a óbito, ou ficar com sequelas. E nenhuma das duas hipóteses será aceitável, se for por negligência!

Segundo denúncia aberta no Ministério Público por Gabriel e sua mãe, a senhora Irene Regina, eles apelam apenas para que seu pai e esposo tenha garantido direito de consulta para prescrição dos medicamentos do senhor Paulino de 74 anos poder fazer a retirada dos medicamentos gratuitamente na farmácia do SUS. O valor atual total dos medicamentos para compra em drogarias particulares é de R$ 621,23 contra uma renda mensal de R$ 1.450,00 da aposentadoria. Fica evidente a urgência desta família em seu requerimento à justiça.

Muitos idosos têm ficado endividados por contrair empréstimos para a compra de medicamentos de uso contínuo. Isto é desumano!
O cidadão Gabriel Braun levantou algumas informações importantes que devem chamar a atenção da população teresense e estimular uma pressão popular às instituições públicas, provocando esclarecimentos e soluções: 

  • Por que a [Secretaria de Saúde] justifica falta de recursos no município para aquisição de mais vagas para consulta, sendo que há histórico do pagamento de 60 vagas semanais para a especialidade de neurologia e cardiologia, sendo que atualmente foram reduzidas para menos de 10 consultas após regionalização do sistema? 
  • Por que pacientes com patologia crônica não têm suas consultas programadas no sistema de forma a garantir o tratamento e a família apenas confirmar o atendimento de véspera? 
  • Para que serve uma Secretaria de Saúde pública, se não for para antecipar e organizar demandas da população e prestar atendimento dedicado à população mais carente? 

O que a população mais carente exige do poder público é realmente muito pouco. Até mesmo por falta de escolaridade e conhecimento de seus direitos para recorrer a justiça ou fiscalizar a administração pública e cobrar outros direitos mais complexos.

Já a população mais esclarecida, que depende do serviço público de saúde, são os que de alguma forma tentam (e as vezes conseguem) pressionar o sistema para serem atendidos. Estes, quando conseguem ter suas demandas atendidas pela justiça (em tempo de salvar seus entes queridos), muitas vezes tomam o lugar daqueles que também têm direitos e estão esperando há mais tempo nas filas. Mas como os últimos não sabem recorrer aos órgãos do judiciário e pedir ajuda, são deslocados nas imensas filas de espera. E assim a justiça se torna injustiça nesta engrenagem de corrupção e incompetência que tomou conta de nosso país.

Cabe aos poderes executivo e legislativo municipais manterem um canal aberto e transparência sobre este assunto tão caro a população. É preciso criatividade e envolvimento de todos para encontrarmos uma solução e sanar esta dificuldade. Chega de discurso! É preciso resolver! E os munícipes que têm seus planos de saúde não podem fechar seus olhos e esquecer esta inestimável necessidade da população mais carente. Todos devem cobrar do município e de seus políticos a PRIORIDADE na solução deste problema.

Olhando para o Brasil e atual situação política, tornou-se muito comum e fácil, em períodos de eleição, fazer um discurso de crítica àqueles que estão no poder e apresentar soluções fáceis à população. Depois que estes são eleitos e a incompetência fica patente, mudam o discurso para colocar culpa na gestão passada por não conseguirem concretizarem suas falsas promessas de campanha. É lastimável que a população não se una para cobrar projetos e a concretização destes discursos eleitoreiros. Preferem canonizar políticos vivos e abrir mão de seus direitos para manter no poder gente sem capacidade e exploradoras da boa fé do povo.

Doença não espera e o cidadão tem direito a vida com atendimento à saúde garantido!

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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