Vice-prefeito e médico de Santa Teresa - ES divulga informação distorcida sobre vacinação

A opinião maliciosa foi apoiada pelo ex-deputado, e também médico, Carlos Manato

25 de novembro de 2021
atualizada em 25 de novembro de 2021

No dia 4 de novembro, o vice-prefeito do município capixaba de Santa Teresa, Gregório Venturim, divulgou fake news sobre ação movida pelo partido Rede Sustentabilidade junto ao Superior Tribunal Federal (STF). O político e médico compartilhou em sua rede social, que o partido Rede atua contra o trabalhador ao se posicionar contra Portaria do Governo Federal que derrubava exigência de vacinação do trabalhador. A opinião distorcida e maliciosa foi seguida pelo ex-deputado, e também médico, senhor Carlos Manato, que pretende concorrer a governador do estado do Espírito Santo em 2022. 

Na verdade, a Rede buscou defender, legalmente, a vida dos trabalhadores, saúde da coletividade e a segurança jurídica das empresas. O contrário disto sim, configura ato contra o cidadão trabalhador e ajuda o vírus a circular e matar.

A publicação equivocada faz menção da ação apresentada pelo partido Rede no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Portaria do Governo Federal que determinava que empresas não poderiam exigir comprovante de vacinação contra Covid-19 na admissão de empregados, não poderiam demitir por justa causa quem não comprovasse vacinação, entre outras. 

Publicações tendenciosas mudam, facilmente, o sentido dos fatos acrescentando pequenos detalhes como uma palavra dita fora do contexto. Até mesmo acrescentar uma vírgula, com má intenção, pode alterar a pontuação de uma frase e levar o leitor displicente a conclusões diferentes dos fatos como são. Nunca disponibilzar o link do artigo mencionado e não estimular o leitor a conhecer o assunto em profundidade são outras característicada de manipulação e fake news.

Legenda da publicação do Dr. Gregório:

"REDE contra o trabalhador: A Rede Sustentabilidade entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a portaria do Ministério do Trabalho que proíbe a demissão de não vacinados contra Covid-19."

Comentário do Dr. Manato corroborando com a falsa informação da postagem:

"Você não vai ver o Rede pedir o cancelamento do carnaval, mas perseguir o trabalhador é com eles. Lamentável"

Já não restam dúvidas sobre os benefícios da vacinação na saúde da comunidade. Sendo assim, diante do alto risco de morte fora da prevenção vacinal e protocolos de segurança, não existe qualquer condição de tolerarmos quem não se posiciona em favor da vida, mesmo este tendo acesso a tantas evidências e conhecimento.

Caro leitor, imagine um médico atendendo em seu consultório um trabalhador acometido de tuberculose! De acordo com sua formação acadêmica e voto profissional, este médico deverá fazer de tudo para salvá-lo e não colocar sua vida em risco. Um bom médico está ciente da gravidade da tuberculose, grau de contágio e que apenas um rigoroso tratamento medicamentoso e pronto-atendimento poderá salvar a vida de seu paciente.

Um médico não seria um bom profissional, se preferisse incentivar este tuberculoso a não tomar os remédios. E para piorar, tentar convencê-lo de que deveria voltar ao trabalho mesmo colocando os demais funcionários em risco. Você confiaria sua vida e da sua comunidade a este médico? Aceitaria trabalhar numa empresa condescendente com esta atitude? Você concordaria com a direção da empresa, se esta não impedisse o tuberculoso de ir trabalhar com você?

A presença de empregados não vacinados nos locais de trabalho não só representa ameaça para a segurança e saúde dos demais trabalhadores no meio ambiente laboral, mas, também, ameaça ao público que tem contato com esse ambiente.

É do conhecimento dos munícipes, o fato de que o Dr. Gregório atua na área de medicina e segurança no trabalho, possuindo esta, dentre seus objetivos, a promoção e preservação da saúde e segurança do trabalhador. Não temos dúvidas que o Dr. Gregório é um político amigável e profissional prestativo. E temos certeza que ele pode e deverá rever seu posicionamento e apoiar o combate desta doença incentivando seus eleitores e a comunidade a se vacinarem.

Devido ao fato de muitos, em todo mundo, ainda não estarem vacinados e o coronavírus ser um vírus rápido em se adaptar e passar por mutações mais agressivas, agora mesmo é anunciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a chegada de uma quarta onda da pandemia. Não podemos perder tempo!

Quando o Dr. Gregório afirma que a Rede Sustentabilidade está contra o trabalhador ao apoiar o incentivo a vacinação, induz, ou reforça, o seu público a ficar contra a vacinação e contra a preservação da vida, além de estar difamando os que tentam salvar vidas. Basta ler aos comentários da publicação assistindo ao vídeo no final deste artigo para comprovar o estrago que tais afirmações podem causar.

Nosso apelo veemente é para que o vice-prefeito use seus talentos e influência para ajudar os que ainda não se vacinaram a entenderem a importância deste ato e que o façam o mais rapidamente possível. Temos certeza que ele é capaz de nos atender e entender nossa honesta preocupação.

O trabalhador não deve ser obrigado a se vacinar contra Covid-19?

Acredito que ninguém deve ser obrigado a se vacinar. Da mesma sorte que ninguém pode ser obrigado a conviver com quem não está protegido da doença e do contágio. Devemos considerar, também, os deveres das empresas de priorizarem a segurança de seus funcionários e de suas famílias. Sendo assim, não resta argumentos para impedir que uma empresa garanta a sanidade de seus funcionários exigindo a vacinação e impedindo de trabalhar quem não quer seguir as regras sanitárias do país.

Além de todos os argumentos humanitários, um liberal precisa compreender que empresas devem arcar com os custos do adoecimento de seus funcionários no ambiente de trabalho. Toda despesa advinda da ausência por isolamento remunerada e possível indenização de qualquer funcionário que desenvolva a Covid-19 por contaminação no local de trabalho será de responsabilidade do empregador.

Entre a liberdade do indivíduo e a proteção da coletividade, uma sociedade deverá sempre defender o bem estar do coletivo. E para isso deve se criar mecanismos para proteção de todos e não o contrário.

Leia aqui a análise da juíza Graziele Lima, da Vara do Trabalho de Colíder (MT), em sua entrevista ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) sobre a inconstitucionalidade da Portaria.

No dia 12 de novembro o ministro Barroso analisou ações ajuizadas pela Rede Sustentabilidade, PSB, PT e Novo e derrubou a Portaria do Governo Federal. Leia aqui !

Não devemos cair na armadilha da fake lógica. É nossa responsabilidade estudar e entender direitos e deveres de todos para boa convivência em sociedade.

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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