Os desafios dos novos gestores 2021/2024

O tema que mais precisa de atenção entre os desafios, é a necessidade de uma gestão sustentável.

21 de março de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021

Há exatos 4 anos, eu escrevia sobre a necessidade de pensarmos desafios sobre a gestão pública. Nesse último pleito eleitoral retomei esse texto como tentativa de observar o que havia mudado nos diversos municípios que passei. No entanto, muito poucos são os sinais de avanço e de aprendizado em conduzir os municípios para uma mudança de paradigma na forma de gestão.

Não podemos negar que a Pandemia do COVID-19, teve grande impacto na vida de todos nós. Mas é fato que ela pode nos ensinar muito, principalmente ao que não sermos como pessoas e ao que não fazermos na administração dos municípios. Fica cada vez mais claro a importância do investimento na Educação com enfoque ainda maior na Ciência e Tecnologia, na Saúde, Desenvolvimento Integral Sustentável e Cultura. Nessa última, temos a prova que só a arte é capaz de nos ajudar a vencermos momentos tão difíceis.

Repito abaixo o texto de 4 anos atrás, como forma de incentivar todos nós para que possamos acompanhar o que se seguirá até 2024. E assim, fazer, mesmo na dificuldade, um avanço de vanguarda na forma de fazer política. Friso que o texto não considerava a pandemia que hora vivemos. Te convido a leitura, como se o tema em questão estivesse transversamente em todos os desafios apresentados.

É inevitável começar esse artigo sem falar em crises: política, das instituições, ética, econômica e, enfim, algumas outras tantas. Os novos prefeitos e vereadores que tomaram posse no início de janeiro, têm pela frente a necessidade imediata de agarrar essas situações e vencer uma a uma, superando todas as crises. Com um sentido muito pessoal e singular, tento descrever quais são os grandes desafios que estão por vir:

  1. Transparência das ações do executivo e do legislativo. É necessário ter consciência que houve uma guinada na relação entre população e os três poderes, e assim sendo, existe uma fiscalização e acompanhamento minucioso de tudo. Portanto, uma gestão participativa, eficiente e transparente se faz necessária e será cada vez mais valorizada pela população.
  2.  
  3. É preciso responsabilidade econômica e fiscal. Sabemos de tudo o que tem acontecido com vários municípios brasileiros, e, portanto, é indispensável o respeito a população quanto aos gastos com cargos comissionados, viagens, diárias, dispensas de licitações e assim segue uma vasta lista dos incômodos no uso do dinheiro público. É preciso cuidado especial para não entrar no vermelho pela má gestão.
  4.  
  5. Efetivar na gestão da municipalidade os princípios da democracia participativa. Cada vez mais se faz necessário o diálogo com a população e a inserção da mesma na tomada de decisão da gestão. Criar e/ou fomentar os conselhos paritários municipais de direitos e políticas públicas dando voz e vez a sociedade civil organizada é um bom começo e efetivamente pode dar resultados importantíssimos para a cidade.
  6.  
  7. Entre tudo dito anteriormente, o tema que mais precisa de atenção entre os desafios, é a necessidade de uma gestão sustentável. Faz-se necessária a implementação da Agenda Global 2030, transformando a pauta dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) propostos pela Organização das Nações Unidas, em ações também municipais, construindo as agendas 2030 locais.

A cada dia mais se percebe a necessidade de mudanças de mentalidade, tanto por parte dos gestores públicos, quanto também de toda a população. Isso acontece gradativamente, as vezes nem sempre pela base, mas sim através de construções de ações do poder publico, e não só na questão ambiental, mas também na área tributária, da saúde e da educação. Desta forma, com pequenos gestos e atividades simples, um prefeito e os vereadores tem a possibilidade de mudar uma cidade e transformá-la em sinal evidente de que é possível um "outro mundo". O cuidado da Casa Comum começa pelo meio ambiente, mas continua com o cuidado com a educação, com o funcionalismo público, com a saúde, a cultura, a erradicação da pobreza e termina com a celebração da igualdade e da vida.

Olhemos à Casa Comum, seu cuidado e responsabilidade e estaremos no caminho certo, tanto os prefeitos, vereadores, judiciário e toda população.

João Paulo Angeli é educador ambiental, socioambientalista, ativista climático, produtor cultural, Jovem Líder Carta da Terra Internacional, compõe várias redes, associações e participa ativamente de diversos Movimentos Sociais.

imagem de
João Paulo Angeli
Educador ambiental, socioambientalista, ativista climático, produtor cultural, Jovem Líder Carta da Terra Internacional. Compõe o Observatório dos ODS e diversos Movimentos Sociais e Eclesiais.
PublicidadePublicidade