A tempestade

O Diário de Um Adicto

15 de fevereiro de 2022
atualizada em 15 de fevereiro de 2022
Depois da tempestade vem a Serenidade
Depois da tempestade vem a Serenidade

E tudo começa comigo meio a uma tempestade de sentimentos, dúvidas, incertezas...

Um misto de paz, esperança, alegria, raiva e vaga tristeza.

O corpo que transportava esses sentimentos e muitos outros, navegava em um mar de ilusões e no caminho do desconhecido acabou sendo atingido por um raio. O naufrágio seria iminente. Temo por minha vida, preparando-me para afundar mais uma vez.

À deriva... por minha mente doentia passava, novamente, o filme com arquibancadas cheias de gente aplaudindo minha queda, assistindo ao meu naufrágio. Eles estavam seguros na costa, em terra firme, eu podia vê-los sorrindo.

Uma voz doce pede que ajudem a me salvar. Implora para que a minha pobre alma não seja destruída em vão. Alguém responde:

“Não adianta, ele não quer viver! Mas não se preocupe, tudo ficará bem.”

Fui deixado a minha própria sorte e um gesto de misericórdia, me fez encontrar Antônio. Suas palavras, fonte de magia, sabedoria e poder me transportaram para uma "ilha".

Com ouvidos abertos e boca fechada, venho sobrevivendo nessa ilha, onde estou aprendendo uma nova maneira de viver.

Aqui, não existem governantes, e sim servidores, homens de boa vontade, como Antônio, que me auxiliam na caminhada em direção ao sol.

Sim! Estou de pé! Vivo! Caminhando! Dando um passo de cada vez em terra firme.

Foi preciso renovar minha fé, ter a consciência de quem sou, aprender novamente que vivo em uma "ilha", pois como ser humano, tenho meus limites. Um passo errado e estou sujeito a cair em águas profundas e desconhecidas. Mas, a "ilha" quase desabitada, apresenta a sensação de possibilidades infinitas para quase todos que aqui aterraram. 

Já me foi revelado que a tempestade e o raio, que me abateram, foram a graça de Deus, e assim, pude ser salvo.

Poderia ter sido pior se continuasse com meu jeito teimoso querendo sempre navegar pelo desconhecido do "mar", sem respeitar a vontade de Deus.

Eu queria ser o primeiro a chegar. Queria aplausos e títulos. Hoje, estou na "ilha" só de passagem, pois vejo, ao longe, um barquinho e um grande navio a navegar. Se você estiver procurando pronto, venha para mim. Já não crio muitas expectativas, apenas aprecio e contemplo a vida. Tá suave! A tempestade passou, a serenidade chegou e para fontes tranquilas me conduz.

Aproveito os momentos de silêncio na ilha para entrar em orações e aprendo a ser mais complacente comigo e com meus irmãos. É um exercício diário. Caso esqueça, devo voltar ao início da fila e começar tudo de novo. Nada é mais importante do que ter de volta a paz em mim.

Sei que nenhum homem é uma ilha. Pelo contrário, acredito que cada um de nós é um universo.

É preciso achar meios de nos aproximarmos, mesmo distantes. Pela união do pensamento e pela imaginação, isso pode acontecer. Lembre-se: existe um barquinho e um navio a navegar. E eu não tenho dúvidas que, lá no céu, existe uma estrela a brilhar.

Então, por ter passado pela tormenta e sempre pela passagem.

Agradeço por estar vivo, por ter escrito esse texto e você estar lendo. Quero que saiba, que foi uma maneira que arrumei para lhe dar um abraço. Sinto saudades sua. Eu preciso de você.

Só por hoje, eu acredito que posso ser melhor que ontem.

Eu acredito que com fé e força podemos passar o momento da tempestade e ver chegar a serenidade.

imagem de
Natalino Molaes
Escritor, publicitário, redator, roteirista de comerciais e concept para planejamento publicitário
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