Parabéns as "Teresas"
Além de parabenizar nossa cidade por sua emancipação, quero fazer uma justa homenagem a mulher imigrante
No dia 22 de fevereiro de 1891, Santa Teresa se desvinculou da jurisdição de Santa Leopoldina, tornando-se, assim, Município de Santa Teresa (ES). E é nesta data que comemoramos a emancipação política do nosso município, que completará 131 anos.
Além de parabenizar nossa cidade por sua emancipação, quero fazer uma justa homenagem ao trabalho e a participação da mulher 'imigrante' em todo o processo histórico e político de nossa emancipação.
Em minhas pesquisas e conversas com familiares, antigos moradores e pesquisadores, ficou claro o importante papel da mulher imigrante no processo de formação social, cultural e econômico do nosso município.
Desde o início, ainda no ‘Núcleo Timbuy’, elas já atuavam no movimento político emancipando-se de Santa Leopoldina para formar o município de Santa Teresa.
Aqui, em terra nostra, elas trabalhavam ao lado dos homens nas lavouras, tinham jornada de trabalho dupla e, além disso, atuavam tanto nas atividades econômicas diretas, quanto nas secundárias. Por tanto, não podemos achar que a mulher era apenas a genitora, a mãe e a esposa numa sociedade patriarcal. A mulher contribuiu diretamente com o processo de desenvolvimento da região e, por isso, deve receber tal reconhecimento.
Teresa, a grande mulher, que deu o nome a nossa cidade, era mulher forte, reconhecida como a “Grande Doutora da Igreja" (ICAR). Era aquela que não temia conflitos. Uma olhada em sua história e encontramos preciosos dados sobre sua capacidade comunicativa, sua disposição em estabelecer pontes, formar redes de solidariedade e fina capacidade de construir o senso de comunidade.
Com este pano de fundo, nossa cidade nasceu com a ideia de que a política deve ser entendida como a capacidade do ser humano de criar diretrizes com o objetivo de organizar seu modo de vida e promover o bem público, de criar conexões para se tornar uma só comunidade verdadeira, amorosa, justa e igualitária.
Nossa história rica em superação e vitórias, precisa voltar a inspirar e provocar a reflexão de que a política está no centro das nossas vidas. E que mais e mais pessoas percebam que reconhecer a importância da mulher na criação e no desenvolvimento de tudo quanto é essencial para a saúde de nossa sociedade é indispensável.
Ainda que as eleições de 2020 tenham sido as mais diversas em termos de candidaturas, a representatividade feminina não chegou às urnas. Uma análise dos dados do TSE realizada pelo Instituto Update mostra que 17% dos municípios brasileiros não têm mulheres como vereadores.
As pessoas eleitas espelham o sistema interno partidário, que não é democrático. As mulheres não conseguem vencer essas barreiras, pois não têm apoio dos partidos, inclusive, financeiro.
Sem mudanças nas estruturas e nas cúpulas partidárias vamos continuar avançando a passos muito lentos na direção do reconhecimento feminino na construção de uma sociedade mais justa.
É preciso respeitar o espaço de nós mulheres, as que são trabalhadoras formais, companheiras, conselheiras, ou mães. E desta forma, como é o amor da essência maternal, termos verdadeiro amor pela terra que cuidamos com nossas próprias mãos.
E voltando a nossa grande homenageada neste 22 de fevereiro: humildade, amor e comunicação são disposições que traduzem o que pode haver de mais profundo da experiência mística teresense. Que Santa Teresa cresça e se fortaleça nesta vocação.
E mais homenagens as imigrantes italianas no dia de hoje, dia 21 de fevereiro, Dia do Imigrante Italiano, na chegada dos 386 primeiros italianos que desembarcaram no Brasil, trazidos pelo navio La Sofia, na expedição de Pietro Tabacchi ao Espírito Santo em 1874.
Parabéns as Teresas, Geovanas, , Marias, Annas, Andreas, Angelas, Giuseppinas, Francescas, Elenas, Carmens...
Viva, Santa Teresa (ES)!