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Não há desculpa para ineficiência da fiscalização ambiental em Santa Teresa
Com a ajuda de um pequeno instrumento de fácil operação
O Convergente esteve circulando o município de Santa Teresa, no Espírito Santo, com intuito de sondar e atender aos muitos apelos e várias denúncias que vem recebendo sobre possíveis crimes ambientais na Doce Terra dos Colibris.
Nossa intenção, nas matérias que surgiram dessas visitas, é ampliar a discussão sobre este tema da especulação imobiliária descontrolada e auxiliar os órgãos ambientais e executivo com informações e provocações.
Por isso, para identificarmos aonde estão os impactos exagerados, circulamos boa parte do território do município nos dias 25 e 26 de abril. E constatamos muita degradação ambiental: com licença emitida pelos órgãos ou não, vimos obras que expuseram encostas, geraram erosão, desmates, destruição de margens de rios, nascentes e brejos de altitude. Deixaram até a água de abastecimento da cidade cheia de barro.
Isto foi possível com a ajuda de um pequeno instrumento de fácil operação. Com um drone acessamos e filmamos áreas, que por vias terrestres, seriam difíceis de serem vistas e para chegar demandariam muito mais tempo e custos bem mais altos.
Foi usado um drone modelo DJI Mavic Mini 2 Fly More Combo 4K para sobrevoar 5 dos 6 distritos do município. O equipamento alcança mais de 100 metros de altura da base de decolagem e tem autonomia para percorrer distância linear de até 10 km, a depender de variáveis como clima, bateria, relevo, tempo de filmagem, entre outros. Para voar por mais tempo, usamos mais de uma bateria.
Com equipamentos tão práticos e acessíveis, foi possível ter um bom panorama do que acontece nas terras do município. Tarefa que demoraria bem mais tempo para fazer apenas por vias terrestres. O custo benefício para este recurso compensa a falta de mais fiscais, reclamação constante do chefe do executivo de Santa Teresa.
Um aparelho, como o que usamos, está a venda na Internet por aproximadamente R$7 mil reais. O custo é muito baixo ao ser comparado com outros recursos de vôo, ou com a contratação de mais fiscais .
Por exemplo: um vôo panorâmico de helicóptero com duração de 3 horas, custa mais de 3 mil reais, conforme pesquisa na Internet, ou em uma aeronave Cessna 172 no Aeroclube do ES. E além do alto custo, existe a desvantagem de não ser feita uma filmagem com a riqueza de detalhes que é proporcionada por um drone.
Não foi objetivo deste veículo, em primeiro momento, citar o nome dos proprietários dos terrenos e outros responsáveis pelos parcelamentos rurais, terraplangens e desmates. Mas de trazer o debate à tona.
O Convergente reconhece que construção de novas casas e empreendimentos comerciais é natural do desenvolvimento de regiões montanhosas de clima agradável e ar limpo, como Santa Teresa. Porém, temos a preocupação legítima, assim como de tantos cidadãos teresenses que nos enviam denúncias, de que esta expansão imobiliária seja feita dentro dos critérios estabelecidos por lei e com o bom senso dos construtores. Ainda que a legislação sobre o Meio Ambiente não seja perfeita e tenha suas brechas, esperamos que estas não sejam usadas gananciosamente para danificar o ecossistemas que garante nossa qualidade de vida e sobrevivência.
É responsabilidade de todos cuidar da nossa Casa Comum e preservá-la para as próximas gerações.