União do Coro dos Lúcidos para vencermos a Pandemia

Estamos em um momento crucial na Pandemia da Covid-19. A curva de transmissão se acentua, bem como o número de internados em gravidade nas UTIs e os que infelizmente morrem vítimas desta terrível doença, com alta taxa de letalidade dentre os que precisam de UTI.

Os Municípios da nossa Região Centro Serrana do Espirito Santo, já estão enfrentando a transmissão da nova variante Inglesa do Coronavírus. Santa Teresa/ES acaba de anunciar que até o dia 12 de março e que foram identificados 27 casos da nova cepa inglesa. Temos mais 12 dias de exames em análises laboratoriais, o que com certeza pode elevar esse número em quantidade ainda mais alarmantes.

Mas, por que devo me preocupar? Porque a nova variante possui uma taxa de transmissão muito alta, estudos preliminares apontam que a transmissão chega a níveis maiores de 70% comparado a primeira cepa e, acima de tudo, porque a variante Inglesa tem uma taxa de mortalidade de 64% nos que foram contaminados pela mesma.

Nesse momento, precisamos de uma convergência em favor da vida. Todos nós sabemos que é preciso trabalho para regar renda e automaticamente para que as pessoas se alimentem, honrem seus compromissos e assim sobrevivam. Mas é inevitável falarmos em sobreviver a uma doença que está se mostrando letal. Neste momento, o alvo de polêmicas não pode ser as medidas e protocolos sanitários, pois eles se apresentam como garantia para que tenhamos vida. Nosso clamor precisa ser em favor da luta pela renda básica, em favor do socorro aos micro e pequenos empresários, em programas que garantam a sobrevivência das empresas e dos empregos. Quem precisa garantir esse socorro são os governos federal, estadual e municipal, conjuntamente. E convenhamos, até agora estão se mostrando ineficientes em tomar posturas que ajudem a salvar os empregos e apoiar aos empresários.

Precisamos unir o coro dos lúcidos, voltemos nossos olhares para salvarmos vidas! Esta nova cepa inglesa prova que sem cuidarmos, podemos ter o que ouso chamar de um “caos”. Precisamos pressionar aos poderes públicos para uma rigorosa fiscalização, adoção de medidas cada vez mais intensas no controle da transmissão e, acima de tudo, conclamar a municipalidade a se consorciar junto aos demais municípios do estado para uma compra considerável e urgente de vacinas, garantindo assim, um pacto pela vida.

Nesse momento, não pode existir lados e, aqui, invoco pelo amor de Deus. Saibamos que esse vírus pode acometer qualquer um de nós e, por tanto, não podemos considerá-lo como um fato político. Conclamo a todos pensarem de maneira sistêmica, e entendermos que 14 dias de quarentena é um “mal necessário” para evitarmos o pior e que é melhor pararmos agora do que termos um colapso. Ninguém deveria ser colocado na condição de escolher quem vive e quem morre, mas isso aconteceu com os médicos em Manaus, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, enfim, tantos estados. O que podemos decidir a partir de hoje é que faremos o possível para que TODOS VIVAM! Para isso, cumpriremos a quarentena, usaremos máscaras, álcool em gel e adotaremos as medidas recomendadas pelas autoridades sanitárias.

Santa Teresa, a cidade augusta de tanta beleza, precisa primar pela vida. Ao fazer isso, honrará a História dos nossos antepassados, que doaram a essa terra suas vidas de forma comunitária e unida, em torno do objetivo comum que é o bem de toda sociedade.

Que essa pandemia seja um sinal de união e cuidado de todos nós em favor da vida. Vamos vencer esses momentos juntos e marcar na história a ação da brisa de amor dessa cidade pela vida dos seus!

João Paulo Angeli é Educador ambiental, socioambientalista, ativista climático, produtor cultural, jovem líder Carta da Terra Internacional, compõe o Observatório dos ODS, várias redes e associações.