Só a propaganda “Salva”?

A esperteza do consumidor está derrubando informações "desonestas'

30 de maio de 2022
atualizada em 30 de maio de 2022

A propaganda criativa tem o poder de persuasão ao atrair o cliente à compra de um novo produto. Entretanto, a garantia da qualidade é essencial para que o cliente volte a comprar e aprove a eficácia do produto que comprou.

Na visão dos “Homens de Marketing” a adoção de novos formatos dos produtos tem o objetivo de acompanhar as tendências de mercado, garantir a adequação a inovações tecnológicas ou, também, padronizar a gramatura dos produtos das marcas, de forma a manter sua competitividade. Mas, em tempo de redes sociais, de estratégias colaborativas, não é isso que o consumidor está percebendo.

Em dias de “mídia digital” e “taxa de conversão” é bom lembrar que um bom produto bem falado pelos clientes é vendido de forma muito mais fácil, diminuindo o custo com publicidade. Dessa vez, as marcas podem estar experimentando o velho conhecido “vôo de galinha”.

A redução do tamanho das embalagens dos produtos, ou “package downsizing”, é uma prática que vem sendo percebida por consumidores mais conscientes, mais ligados, como uma coisa não muito boa. É que além de enfrentarem a inflação dos preços, têm que aceitar levar para a casa uma embalagem reduzida, pagando ainda mais caro por menos produto e menos qualidade. No “economês”, a isso chama-se “Reduflação”.

Companhias que desejam ter um “efeito invisível” de aumento de preço em seus produtos, para retornar ao lucro obtido em um mercado sem inflação, estão jogando no lixo o dinheiro investido com o discurso de “Marca Responsável”, “Produto de qualidade”.

Hoje, nas redes sociais, produtos como o tradicional “Leite Condensado Moça” da Nestlé, estão sendo atacados pelo consumidor por estarem com embalagem menores e qualidade duvidosa. O que era Leite Condensado Moça integral, agora, na verdade é uma mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido, com o “precinho que cabe no seu bolso”. E não é só o Leite condensado que está mais ralo: refrigerantes, barras de chocolate, iogurtes, salgadinhos, e até sabão em pó e pacotes de papel higiênico, seguem a mesma linha. Tudo porque existem consumidores que se dispõem a pagar mais caro por muito menos.

Por lei, um produto pode sim mudar de tamanho, mas todas essas alterações devem estar contidas na embalagem, em “letra e cor destacadas, informando de forma clara, precisa e ostensiva.

Agora, tem uma coisa que vem diminuindo junto com as embalagens dos produtos, a inércia dos consumidores, que estão metendo o dedo em seus teclados para falarem mal dessas marcas nas redes sociais.

Está na hora dos “Homens do Marketing” abrirem um novo “Job”.

O consumidor “otário” está em extinção. Hoje, quem não dá atenção ao consumidor que tem, corre o risco de perdê-lo. Nas redes sociais “a fila anda! ” bem mais rápido.

imagem de
Natalino Molaes
Escritor, publicitário, redator, roteirista de comerciais e concept para planejamento publicitário
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