Associação de Imprensa apoia equipe do Convergente que foi intimidada
A ativista e fundadora do Convergente Carmem Barcellos e o repórter Bruno Lyra foram alvos dos empresários do ramo imobiliário, terraplanagem e jardinagem que atuam na região
A Associação Basileira de Imprensa (ABI) está acompanhando o desenrolar da intimidação e agressão sofridas no último dia 03 de junho pela equipe do Convergente em Santa Teresa no Espírito Santo, após publicação de série de reportagens sobre destruição ambiental ligada ao mercado de sítios, chácaras e condomínios em áreas rurais do município.
A ativista e fundadora do Convergente, Carmem Barcellos, e o repórter Bruno Lyra foram os alvos da intimidação feita por empresários do ramo imobiliário, terraplanagem e jardinagem que atuam na região.
Nesta segunda-feira o conselheiro da ABI, Roberto Junquilho, informou que o caso já foi levado ao conhecimento da Comisssão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação. Ele acrescentou que está em contato com Bruno e Carmem para prestar o suporte aos dois em nome da instituição.
Por fim, Junquilho destacou que o foco principal da Comissão é a “defesa das liberdades democráticas e contrária ao autoritarismo”.
O caso
A intimidação aconteceu no auditório do Senac, que recebia evento público de anúncio de investimentos do Governo do Espírito Santo em infraestrutura, esporte e educação na cidade. Quando tentava realizar uma entrevista, o repórter Bruno Lyra teve o gravador de seu telefone desligado pelo empresário Élcio Thomazini. Outro empresário que acompanhava Élcio, Antônio Júnior Macci, hostilizou o repórter.
Quase que simultaneamente, noutro canto do auditório, a ativista, fundadora e colunista do Convergente, Carmem Barcellos, foi hostilizada pelo empresário Emerson Sancio, o Dengo. O fato aconteceu diante do pai de Dengo, o presidente da Câmara de Santa Teresa, Vanildo Sancio (PSB). Este nada fez para cessar as hostilidades protagonizadas pelo filho.
Autoridades presentes
Na solenidade no auditório do Senac, onde aconteceram as intimidações estavam o governador Renato Casagrande (PSB), o prefeito de Santa Teresa, Kléber Médici (PSDB), o ex-prefeito Claumir Zamprogno (PSB), os deputados federais Da Vitória (PP), Paulo Folleto (PSB), os deputados estaduais Marcelo Santos (Podemos), Adílson Espíndula (PDT), Emílio Mameri (PSDB) e Dari Pagung (PSB). Além de vereadores e secretários de Estado.
Os responsáveis pelas intimidações
Emerson Sancio fez terraplanagens, lagos artificias, platores e derrubada de Mata Atlântica na propriedade da família em Valsugana Velha, zona rural de Santa Teresa. Empreendimento que foi alvo da Polícia Ambiental e do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF), que embargou e multou os responsáveis por desmatamento e escavações indevidas em Áreas de Preservação Permanente (APP), dentre elas nascentes.
Já, Élcio Thomazini é considerado um dos principais empresários do setor de sítios, chácaras, condomínios e loteamentos rurais em Santa Teresa. Tanto que ele foi o único empresário citado nominalmente, durante a solenidade do último dia 03 de junho, pelo prefeito Kléber Médici. O mandadário do executivo teresense elogiou Thomazini por ele ter sido o articulador do pool de empresários e proprietários rurais do Circuito Turístico do Caravaggio, que eleborou o projeto de pavimentação asfáltica da estrada da região, cuja execução e custeio será do Governo do Estado.
Antônio Júnior Macci, mais conhecido como Juninho Macci, tem uma empresa de jardinagem/paisagismo que presta serviços para donos de sítios, chácaras e condomínios rurais. Mas na página da empresa de Macci numa rede social, consta que ele também aluga tratores para serviços de terraplanagem.