Sesc pode mudar projeto de hotel em Santa Teresa, afirma jornal
Audiência Pública nesta quinta (30) em Santa Teresa debate projeto a ser implantado no terreno onde deveria estar funcionando o Parque Temático Augusto Ruschi.
Na madrugada desta terça-feira (28) o jornalista da editoria de economia de A Gazeta, Abdo Filho, trouxe a informação de que o Sesc (Serviço Social do Comércio) pode reavaliar o polêmico projeto do hotel que pretende implantar na área do Parque Ecoturístico Augusto Ruschi.
Citando o novo presidente eleito do Sistema Fecomércio como fonte, Idalberto Moro, Abdo publicou que não está no planejamento do Sesc para os próximos quatro anos a implantação de grandes complexos turísticos como que a intituição possui em Aracruz, Guarapari e Domingos Martins.
Por isso, prossegue a publicação, a nova diretoria deve reavaliar o projeto do Sesc para Santa Teresa. Segundo a publicação, o projeto original do Sesc para a cidade é o de um complexo turístico. Ele abrigará um hotel com três prédios que conterá 280 quartos. Inclui, também, parque aquático, centro de convenções para 1,5 mil pessoas e estacionamento para 2 mil carros.
Convergente já acionou a assessoria de imprensa do Sesc para comentar as informações divulgadas. Caso a instituição se posicione, esta matéria será atualizada.
A Fecomércio é a instituição reponsável pelo Sesc e Idalberto assumirá a gestão da mesma nesta quarta-feira (29). Também, tem mudança na direção do Sesc. Gutman Uchôa de Mendonça deixou o cargo de diretor. O ex-secretário da Fazenda do Estado e ex-presidente do Banestes, Bruno Negris, assume o posto.
Polêmica e audiência pública na próxima quinta-feira (30)
O projeto do Sesc em Santa Teresa é alvo de polêmicas, questionamentos e até ação na Justiça. Isso, porque a área escolhida para a implantação onde deveria estar funcionando o Parque Ecoturítico Augusto Ruschi. A área, com cerca de 100 mil m2, foi doada pelo Estado do Espírito Santo ao Sesc na última semana da gestão do ex-governador Paulo Hartung, em dezembro de 2010.
À época do doação, o terreno estava cedido em comodato è Prefeitura de Santa Teresa, que investiu mais de R$ 1 milhão em obras de implantação do Parque. Antes disso na propriedade funcionava, desde a década de 1960, a casa de campo do governador. Ainda hoje, além do casarão construído pelo estado para abrigar os governadores, a propriedade possui mata Atlântica, nascente, lagoa, pomar e um trecho do rio Timbuí. O terreno fica ao lado da Escola Ethevaldo Damazio, na entrada da cidade. E está avaliado em mais de R$ 50 milhões.
Até hoje o Sesc não fez qualquer obra no local, apenas mantém capina da área e um caseiro. E a legalidade da doação segue sendo questionada, bem como eventuais impactos sociais, econômicos e ambientais do projeto original do Sesc.
Tanto, que nesta quinta-feira (30) a cidade receberá mais uma Audiência Pública para discutir a situação. Será às 18h no auditório do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA). A realização é do deputado Fabrício Gandini (Cidadania) em parceria com o Movimento Salve o Parque.
Em entrevista publicada ontem (27) à tarde no jornal Século Diário, Gandini disse que existe possibilidade de novos questionamentos legais da doação. Ele argumenta que não houveram audiências públicas para consultar a população de Santa Teresa sobre o ato, o que fere o Estatuto das Cidades (Lei Federal 10.257/2001).
No último dia 12 de maio o deputado e o Movimento Salve Parque realizaram a primeira Audiência Pública para debater a doação. O Movimento realiza abaixo-assinado on line pedindo a devolução da área do Parque Ecoturístico Augusto Ruschi à população de Santa Teresa.