Prefeitura de cidade do ES promete não tirar mais árvores para fazer praça

Em bairro cada vez mais verticalizado e com pouco verde da orla capixaba, foram retirados um ipê e coqueiros para implantação de uma praça.

4 de julho de 2022
atualizada em 5 de julho de 2022
Parte das árvores no interior da área cercada por tapumes foram retiradas. Prefeitura diz que não haverá mais cortes. Foto: Divulgação leitor/Gabriel Poltronieri
Parte das árvores no interior da área cercada por tapumes foram retiradas. Prefeitura diz que não haverá mais cortes. Foto: Divulgação leitor/Gabriel Poltronieri

Cercada de arranha-céus e recebendo cada vez mais prédios, o bairro Itapuã em Vila Velha quase não tem verde. E perdeu mais árvores na semana passada. É que para construir uma praça na rotatória do Plano 100, foram retirados os coqueiros e o ipê que existiam ali, o que revoltou moradores.

Porém, em nota enviada ao Convergente no final da tarde da última sexta-feira (01), a prefeitura do município canela-verde garantiu que não irá arrancar as árvores que sobraram no local. Disse, também, que o ipê foi arrancado porque estaria doente e oferereceria risco. Sobre os coqueiros, afirmou que foram transplantados para a região cinco, que abrange Barra do Jucu, Ponta da Fruta e entorno. Essas últimas compõe uma região sem verticalização, com urbanização mais dispersa e, portanto, menos cinza do que as redondezas de Itapuã.

Veja a nota na íntegra:

“A Prefeitura de Vila Velha informa que o projeto foi elaborado por arquitetos urbanistas e é acompanhado por engenheiros ambientais. Portanto, não haverá nenhuma supressão de árvore antiga na praça. Apenas o ipê já foi extraído, após emissão do laudo técnico do engenheiro ambiental da PMVV, pois estava doente e oferecia risco para os pedestres. As árvores mais antigas permanecerão no local e os coqueiros foram transplantados para a Região 5. Permanecerá no local as árvores mais antigas: a mangueira e o figo” – Nota da Prefeitura de Vila Velha.

Um dos moradores que ficou contrariado ao ver as árvores cortadas foi o arquiteto Gabriel Poltronieri:

Se houve alguma consulta à comunidade, não ficamos sabendo. Precisamos muito das árvores, temos poucas ali. E elas são antigas. Não acho errado uma praça, mas mantendo as árvores pré-existentes seria melhor, né? E o ideal é que o urbanismo e o paisagismo de uma cidade sejam mais colaborativos”, frisou.

imagem de
Bruno Lyra
Jornalista especializado em coberturas ambientais e professor de geografia
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