Cantando na praça
Grupo de seresta em Santa Teresa alegra a alma de senhores e senhoras
Tenisson é uma daquelas pessoas que não se dá por vencida. Mesmo com algumas dificuldades pessoais, ele ainda enche de alegria a vida de senhores e senhoras que participam do projeto 'Seresteiros de Santa Teresa'.
Os ensaios acontecem todas às terças-feiras às 19 horas na Casa da Cultura em Santa Teresa Sede (ES). E de vez em quando eles estão cantando em eventos e levando a sua música para quem precisa, como em casas de repouso.
O grupo tem alegria de sobra para contagiar quem quiser cantar com eles. E é com esta disposição que o músico Tenisson convida quem desejar participar do grupo a comparecer aos ensaios das terças e o convite é para todos, independentemente de idade. E quem se encantou com estes amigos foi a recém chegada em Santa Teresa, Onice Payer.
Cantando na Praça - Por M. Onice Payer *
Pessoas que se reúnem na praça só para cantar, mas este "só" é muito!
De livre vontade, mãos soltas, acolhendo quem passeia e chega junto, os pais que trazem seus pequenos pela mão, de olhos atentos por verem que existe gente que canta na rua.
As vozes desses cantores soam intensas, mas todas na mesma altura, no mesmo tom, sem pretensão de destaque, sem ego, nem self.
Estas vozes percorrem sem tensões as letras preparadas manualmente, de canções escolhidas a dedo, dedilhadas com "ouvidos" de arte, insuflando ar e fazendo vibrar pulmões pulsantes de vida. Elas falam de amor, encontros e desencontros, saudades e mágoas, das águas a rolar e do pescador que quer trazer do mar um peixe bom.
Vivência de beleza, do cuidado de um modo de viver descomplicado, preparado com alecrim. Uma banda que passa, um certo banco na praça, testemunhos de um beijo inaugural, que a MPB nos convida.
Agora! Hoje! Esta noite! Pois no tempo da maldade a gente nem era nascido. Vem, me dê a mão, vamos viver e ver o outro ser feliz, bem feliz!
Pra lá desta praça há uma noite que não tem mais fim. E se perdermos o trem tardio, das onze e quarenta e cinco? Se não tivermos bons encontros? Se não vivemos com música e arte, o que a vida vai fazer de nós?
* Onice Payer é Professora de Letras e Linguística