Pedido de demissão ou saída pela porta dos fundos?
Pode parecer não o bastante, mas diante da geopolítica mundial, esse empenho diplomático em construir relações significa a construção do respeito e o poder que o Brasil pode ter em todo globo.
O Ministro Relações Exteriores Ernesto Araújo não se demite, ele é responsabilizado pelo fracasso como Chanceler e principalmente nas negociações pelas vacinas na batalha para vencermos a Covid-19.
Longe de chegarmos ao fim dessa ladainha, é preciso conhecer o vale de lagrimas da incapacidade do Ministro. O Brasil, país que chegou ao ápice do respeito pela sua diplomacia, teve como corpo diplomático nomes de referência internacional, desde o Barão de Rio Branco, passando Oswaldo Aranha até Celso Amorim. Estivemos na ponta em vários momentos da História, como é o caso do protagonismo do país na criação e fortalecimento do MERCOSUL, ou com as missões de Paz da ONU como a MINUSTAH no Haiti, a MONUSCO no Congo e a UNIFIL no Líbano, além dos esforços da Integração Regional com a criação de Universidades como a UNILA e a UNILAB, pensando o compromisso em colaborar com a formação do pensamento da integração entre o Sul global: América Latina e Caribe e os Países de língua portuguesa.
Pode parecer não o bastante, mas diante da geopolítica mundial, esse empenho diplomático em construir relações significa a construção do respeito e o poder que o Brasil pode ter em todo globo. Uma ação estratégica para ter voz e vez por exemplo em cadeira no Conselho de Segurança na ONU e assim consolidar sua influência.
Para muitos pode soar distante da realidade pensar todo esse processo, mas sem a diplomacia e a construção de relações exteriores, país nenhum sobrevive e é aí que entra o nosso acidente de ministro Ernesto Araújo. A sua submissão a política Norte Americana na Era Trump, atrelada as crises geradas pelos tuítes do filho do Presidente atacando outros países, o discipulado ao Olavo de Carvalho e a falta de traquejo cultural, social e política, levaram o nosso país aos últimos degraus da História no que se refere a Diplomacia internacional. Por causa dele, fomos achincalhados, e por muitas vezes, vistos como uma republiqueta de que nada tem a não ser moleques comandando uma das maiores potências mundiais.
Ernesto Araújo, desonrou a histórica diplomática brasileira, levou o nome do nosso país a lama e isso foi provado na sua recente e fracassada empreitada de tentar comprar vacinas para combate do coronavírus. A crise que ele gerou é sem precedentes, aliás não só ele, pois quem governa o Brasil não é o ministro, ele exerce poder a partir das ideias e mandos do Presidente.
Sua saída de chanceler deve ser comemorada, pois ele sairá pela porta dos fundos e a única lembrança que deixará é a do caos que provocou com a criação de uma má reputação do país para o resto do mundo.
Apesar de conclamar a celebração da renúncia do ministro devo, infelizmente, lembrar que na nossa atual conjuntura toda comemoração é momentânea. Oxalá que esse colunista esteja errado, mas o nome mais cotado para assumir o posto de Ministro das Relações Exteriores não é um diplomata mais sim um Almirante, o famosos Almirante Flávio Rocha, que está lotado no Ministério das comunicações, recém-criado para ser gerido pelo genro de Silvio Santo como Secretário Especial de Comunicação Social. Longe de mim fazer previsões, mas parece que nada mudará em Terra Brasilis mesmo que estejamos todos torcendo para uma guinada nos rumos de nossa Política Exterior.
João Paulo Angeli é Educador ambiental, socioambientalista, ativista climático, produtor cultural, jovem líder Carta da Terra Internacional, compõe o Observatório dos ODS, várias redes e associações.
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