Projeto lança cartilhas e vídeos para ajudar a evitar extinção de bichos da Mata Atlântica
Macaco muriqui, anta, veado e porco-do-mato estão no radar da iniciativa do Instituto da Mata Atlântica sediado em Santa Teresa e que fez parceria com a Ufes.
Restritos à áreas maiores – e cada vez mais raras – de Mata Atlântica no ES, os mamíferos de médio e grande porte são foco de projeto para ajudar na conservação desenvolvido pelo Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) – sediado em Santa Teresa/ES - e Ufes. Bichos como o macaco murtiqui-do-norte, antas, veados e porcos do mato, por exemplo, todos ameaçados de extinção no estado.
Nesta sexta (02) o projeto ‘Conservação e manejo de mamíferos ameaçados de extinção em paisagens fragmentadas da Mata Atlântica’, lança em Vitória (veja agenda ao fim da reportagem), guias para a conservação, cartilhas e vídeos de animação. Após o lançamento os materiais serão divulgados pelas instituições realizadoras e parceiras.
Esse material visa tanto orientar políticas públicas e do setor privado para tentar proteger e recuperar a população de espécies ameaçadas, como oferecer material didático para fins educacionais. E é fruto de pesquisas científicas desenvolvidas ao longo de cinco anos pelo INMA e pela Ufes, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). E da mineradora Vale, empresa dona de um dos maiores passivos ambientais não só do ES e do Brasil, como de todo o planeta Terra.
De acordo com a assessoria de imprensa do INMA, mamíferos de médio e grande porte no ES sumiram de boa parte dos fragmentos florestais existentes em território capixaba. Isto porque tais fragmentos são pequenos e o bichos precisam de florestas mais extensas para se sustentarem.
Por isto, prossegue a assessoria do INMA, só conseguem sobreviver na região Centro Serrana, onde ainda há cobertura florestal mais expressiva, que inclui municípios como Santa Teresa, Santa Leopoldina, Domingos Martins e Marechal Floriano. Assim como no Parque Nacional do Caparaó, no sul do estado. E no norte capixaba na Reserva Biológica de Sooretama (área pública federal) e na Reserva da Vale, área privada da mineradora para fins de conservação.
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Caça, extração de madeira, derrubada de matas para plantios, pastagens. Mais tarde, para a construção de cidades. São motivos que, ao longo da história da colonização do interior capixaba de meados do século XIX para cá, pela sociedade ocidental, explicam o declínio acentuado da população de mamíferos de médio/grande porte.
E nos últimos anos uma novidade também virou forte ameaça: o parcelamento desordenado de terrenos rurais em lotes, chácaras e condomínios. Processo que atinge principalmente os municípios turísticos da região centro-serrana, como Santa Teresa e Domingos Martins. Justamente os que ainda tem trechos expressivos de mata Atlântica.
Não são raros os casos em que tais parcelamentos ocorrem dentros de fragmentos florestais, seja em Áreas de Preservação Permanente (APP) ou em Reservas Legais, como este que recentemente foi alvo de Ação Civil Pública no Caravaggio em Santa Teresa.
Coincidência ou não, em menos de 15 anos dobrou o número de espécies de animais e plantas nativas em risco de extinção no Espírito Santo.
Agenda de lançamento do projeto
Título: Conservação e manejo de mamíferos ameaçados de extinção em paisagens fragmentadas da Mata Atlântica
Data de lançamento: 2 de setembro de 2022 - Parque Botânico da Vale (evento gratuito e sem necessidade de inscrição prévia).
9h30 - Café de boas-vindas
10h - Abertura
10h30 - Apresentação do Projeto
11h00 - Apresentação dos produtos do Projeto
- Plano de Conservação do Muriqui-do-Norte na Região Central Serrana do Espírito Santo
- Guia de recomendações para conservação dos ungulados (mamíferos com cascos nas patas como anta, porco-do-mato e veado) e seus habitats
- Guia Ilustrado dos Mamíferos Ameaçados no Estado do Espírito Santo
- Kit “Dona Anta”
- Série “Plantando Novas Ideias”
- Série de vídeos “Ciência para quê?"
- Série de vídeos “Ecologia e conservação de mamíferos”
11h50 - Encerramento