Cadê a Vacina? – Parte 2

O prefeito Kléber Médici, se pronunciou sobre a compra de vacinas e suas impossibilidades.

3 de abril de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021

Antes da veiculação da matéria: ‘Cadê a Vacina?’ (Parte 1), a equipe do Portal Convergente havia enviado algumas perguntas para o Prefeito Kléber Médici e para o Secretário Municipal de Saúde, Gregório Venturini. Ambos foram questionados sobre a não adesão do Município de Santa Teresa/ES ao consórcio público capitaneado pela Frente Nacional de Prefeitos – FNP. Dentre os municípios consignatários do consórcio já haviam aderido 12 prefeitos dos municípios capixabas. Há época, e até ontem, nossa equipe não foi respondida até o fechamento daquela matéria e nem depois disso. Algumas respostas vieram de forma indireta na reunião da Câmara Municipal na data de 23/03/2021.

Em resumo, o prefeito Kléber Médici, se pronunciou sobre a compra de vacinas e suas impossibilidades, alegando que naquele momento, se o Município de Santa Teresa comprasse vacinas, deveria ser as mesmas destinadas à União para atender aos grupos prioritários e, tão logo acabasse a imunização dos grupos prioritários, as vacinas seriam devolvidas ao Município, fundamentando-se na requisição administrativa das vacinas para a União. Afirmou, também, que o Governo Federal está cumprindo rigorosamente o Plano Nacional de Imunização e que já estaria garantida a compra de 562 milhões de doses até o final do ano e que, no momento, aderir ao consórcio faria sinais de “politicagem” e estaria agindo com incoerência. Ainda disse que comprar vacinas não é igual “comprar um picolé”, pois, tem um processo licitatório complexo para tal finalidade.

Na mesma Sessão Legislativa, fizerem o uso da palavra o vereador Dequinha, Gervásio Madalon, Bruno e Vanildo Sâncio. Dequinha – PSB, afirmou que o Município de Santa Teresa deveria correr o risco de comprar os imunizantes e que tentar salvar vidas não é “politicagem” e que o momento demanda urgência, caso tenha dinheiro em caixa. Disse que as vacinas atenderiam às necessidades de Santa Teresa e foi acompanhado pelo vereador Gervásio Madalon – MDB, que acrescentou sobre a perda de alguns amigos e teme que as novas variantes possam trazer mais problemas reafirmando os argumentos do vereador Dequinha. Em sua fala afirmou que salvar vidas é mais importante, que não era “politicagem” se tomassem providências, também, na fiscalização visto que há mais de um ano o município convive com o problema da pandemia e agora está acontecendo mortes, podendo chegar a mais de 100.

O vereador Bruno Araújo - PP, versando sobre o tema, disse que a pandemia está no seu pior momento e que a saúde tem o dever de fazer o básico para minimizar os problemas e lembrou que veio muito dinheiro para o combate do coronavírus, e existe um consórcio à frente das negociações. Disse que a classe política é responsável pela sociedade de Santa Teresa, a vida de um gestor público não é fácil, mas deveria ser repensadas as ações e buscar até as últimas esperanças. Admitiu que dificilmente a União tiraria as vacinas do Município. Também fez críticas sobre a falta de médicos, profissionais da saúde, insumos e ambulância para a contenção da pandemia. Já o vereador Vanildo Sâncio disse que comprar vacinas não é fácil, senão, as farmácias estariam vendendo. E reforçou os cuidados básicos de higiene, tais como: lavar as mãos com sabão, higienizar com álcool em gel e distanciamento social.

Faz quase duas semanas da referida sessão da CMST com os argumentos mencionados por esta matéria do Prefeito Kléber Médici e dos vereadores sobre a aquisição de vacinas. Nesta data de 03/04/2021, o prefeito já estampa em sua página pessoal nas redes sociais a confirmação de que “Santa Teresa já deu o Sinal verde para a compra de vacinas pelo consórcio” (Consórcio Público da Região Polinorte – CIM POLINORTE), não informando sobre qual o laboratório estariam sendo negociadas as vacinas.

Opinião do autor

O Portal Convergente, na primeira matéria sobre o tema, apenas retratou a voz das ruas e das movimentações das redes sociais sobre a emergência das vacinas. O prefeito classificou o assunto taxativamente como “politicagem”. Mas hoje já estampa em seu site a negociação da compra das vacinas, onde é informado sobre reunião de algumas prefeituras capixabas que decidiram pela aquisição desses imunizantes.

Jamais a opinião será de que o prefeito esta agindo com politicagem na tentativa de consorciar-se a outros municípios para a compra de vacinas, pois é a única solução para minimizar a pandemia. O momento exige cautela e ao mesmo tempo urgência! É preciso que estas ações sigam uma lógica para o bem comum que é a vida de cada pessoa, que as atividades sociais e comerciais voltem ao normal e que a mentalidade de cada um convirja no sentido que todos somos importantes. A depender das ações, todos ganham e todos perdem ao mesmo tempo. E a esperança não pode ser sepultada pela falta de ações dos mandatários em geral e pela polarização político-ideológica, o momento não é oportuno para isso!

Espera-se que tudo dê certo nas negociações para num prazo razoável o Município de Santa Teresa receba as vacinas e seus cidadãos sejam imunizados contra esse vírus. É preciso, antes de mais nada, realizar um bom planejamento para que nenhuma dose se perca por falta de logística e nenhum cidadão fique sem a vacina.

Por ser uma cidade pequena com aproximadamente 25 mil habitantes, todos são considerados da mesma família e quando um perde essa batalha contra este inimigo invisível, todos perdem um pouco de si, quando uma empresa fecha as portas, muitos ficam sem seus sustentos. A vitória está perto e não se pode abrir mão dela. Todos juntos sairão dessa!

imagem de
Edno Ferreira
Colaborador para Agricultura e Educação
PublicidadePublicidade