Descoberta científica faz crescer novos dentes

Quem já perdeu dentes e não daria tudo para ter dentes novos e verdadeiros? Todos gostariam de poder recuperar dentes perdidos, voltar a comer com segurança e ter sorriso perfeito. Pesquisas experimentais indicam que isso poderá ser realidade daqui há alguns anos. Há evidências animadoras dessa possibilidade.

Como bicos, unhas e cabelos, os dentes também são órgãos ectodérmicos com potencial de regeneração em algumas espécies. A polpa dos dentes é rica em células-tronco mesenquimais que possuem a capacidade de se tornar numa variedade de outras células e inclusive em ossos. Leia mais sobre o desenvolvimento dental no Portal Educacao.

Um artigo publicado em fevereiro deste ano na revista Science Advances apresentou uma nova técnica que vem conseguindo resultados animadores na geração de novos dentes em camundongos e furões. 

Os dentes são apêndices ectodérmicos (como os cabelos, glândulas sudoríparas, glândulas salivares, etc) que se desenvolvem a partir de interações mesenquimais. [...] Embora o número de dentes geralmente seja estritamente controlado em espécies individuais ( 5 ), ele pode aumentar ou diminuir congênita em cerca de 1% dos indivíduos ( 6 - 8) Condições de diminuição e aumento no número usual de dentes são chamadas de agenesia dentária e dentes supranumerários, respectivamente. As análises de modelos de camundongos começaram a esclarecer os fatores genéticos e os mecanismos moleculares e patológicos subjacentes a essas condições ( 4 , 9 ).

Ao usar o anticorpo neutralizante Usag-1 foi possível recuperar dentes perdidos e gerar um dente inteiro. 

Para investigar se a inibição da função USAG-1 resgata a agenesia dentária congênita, purificamos cinco anticorpos monoclonais USAG-1 de camundongo (# 12, # 16, # 37, # 48 e # 57) usando uma proteína recombinante humana bioativa USAG-1 derivada de Escherichia coli como antígeno e camundongos USAG-1 - / - . Sugere-se que a USAG-1 inibe os sinais Wnt e BMP via ligação direta a BMP e ao co-receptor Wnt LRP5 / 6 ( 28 , 29 ). Portanto, esses cinco anticorpos foram categorizados em três classes diferentes, com base em suas capacidades de interferência de ligação a BMP e Wnt (# 57), BMP (# 12 e # 37) ou Wnt (# 16 e # 48) ( Fig . 2, A e B) Confirmamos que todos os anticorpos podem se ligar às proteínas recombinantes USAG-1 de camundongo e humana ( Fig. 2C ), embora # 16 e # 48 tenham mostrado baixa afinidade ( Fig. 2, D e E ). Esses resultados possibilitaram a investigação da função da USAG-1 em relação às vias de sinalização BMP e Wnt para a determinação do número de dentes. 

DISCUSSÃO 

A administração sistêmica única de USAG-1 - anticorpos neutralizantes que interferem principalmente com a sinalização de BMP (# 37 e # 57) resgatou a agenesia dentária em camundongos deficientes em EDA1 e levou à formação eficiente de um dente inteiro de maneira dependente da dose em animais selvagens camundongos tipo. Até onde sabemos, a identificação de anticorpos direcionados que podem promover a regeneração dentária não foi relatada anteriormente. Os anticorpos gerados no presente estudo neutralizaram a ação antagônica da USAG-1 na sinalização de BMP, e a dosagem reduzida de LRP5 / 6 resgatou o fenótipo USAG-1 - nulo, incluindo a formação de dente supranumerário ( 15) No entanto, o envolvimento da sinalização Wnt não pode ser excluído com base nesses achados porque vários ratos não nasceram ou não sobreviveram. Assim, é necessário realizar mais experimentos, como binning de epítopo envolvendo um maior número de anticorpos neutralizantes de USAG-1 e análises detalhadas de epítopos de proteína USAG-1 recombinante.