Da Poesia ao Hip Hop
A dinâmica que essas duas artistas criaram no grupo me fez lembrar as batalhas do Hip Hop
Lembro com saudades de meus ensaios infantis aprendendo pequenas estrofes poéticas. Era uma delícia tentar rimar as palavras e expressar os pensamentos em ritmo sem música. Quem nunca não se deliciou com um poema que expressa nossos sentimentos com tanta beleza e eloquência?
Na pequena cidade de imigração italiana, nas montanhas de Santa Teresa no Espírito Santo, temos uma profusão de talentos e poetas. Um deles é Edite Angeli. Portadora de limitação locomotora devido a paralisia infantil, Edite encontrou no papel e na caneta a libertação de sua deficiência. Com uma facilidade incrível Edite escreves poemas numa fecunda produção. Creio que nenhum livro seria capaz de conter tanta criatividade.
Onde entra o Hip Hop? Bem, o Hip Hop é uma forma de poesia moderna, de periferia, de jovens. É conhecido como uma música baseada em rimas declamadas em grande velocidade sobre uma base rítmica e musical. Mais do que isso, é um movimento cultural que reúne quatro manifestações artísticas: DJ, MC (mestre de cerimônias), breakdance e grafite.
A nossa poetisa teresense faz parte de um grupo feminino suprapartidário, Mulheres No Poder. Para comentar o dia a dia da nação e da nossa cidade, Edite sempre compartilha um novo poema. Vez por outra, a amiga Aline Leal compartilha um outro poema de sua autoria em resposta ao poema de Edite.
A dinâmica que essas duas artistas criaram no grupo me fez lembrar as batalhas do Hip Hop. Fiquei imaginando que gostoso seria um saral que reunisse poetas teresenses numa batalha de poemas, e por que não, com a participação de artistas do Hip Hop.
Deixo aqui um pequeno poema da Edite. E viva a poesia!
O mundo no papel
Papel é caminho sem fim
para os poetas.
A caneta voa e
vira borboleta.
Assim, vamos colorindo
as rimas da escrita.
Porque a vida do poeta é
sempre mais bonita!
O poeta é mágico,
equilibrista.
Tira de si mesmo a magia.
Versos são remédios,
a alquimia da poesia.
(?????)