Juntos e bem acompanhados: é possível?
Para esses preocupados, vou revelar um segredinho: nenhuma mulher pé no chão procura perfeição.
Estreia hoje, às 21:30h no GNT, “Bem Juntinhos”, com os apresentadores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima.
Não sou de tietar artista, mas admiro os dois isoladamente, e como casal, me passa muita verdade.
Não invejo Fernanda, nem desejo Rodrigo (Deus me livre! Mas quem me dera!). Desejaria, sim, que cada um encontrasse, se é que procura, alguém pra ser seu companheiro na vida.
O mais novo feito do sempre surpreendente Rodrigo foi ter construído a capelinha onde eles oficializaram a união, que já dura 19 anos. Aguardo novos memes.
Acontece que cada vez que Rodrigo é simplesmente Rodrigo, ou seja, maravilhoso, começam as comparações. Noto uma certa dor de cotovelo dos homens héteros, como se o fato de Rodrigo existir desequilibrasse a balança e desconstruísse o que a sociedade vem fazendo, desde que nos entendemos gente: fomentar o machismo e o patriarcado.
Para esses preocupados, vou revelar um segredinho: nenhuma mulher pé no chão procura perfeição. Nem mesmo Rodrigo é (Deus me livre! Mas quem me dera! De novo!). Homem não precisa ir lá matar um leão. Mas aprontar o jantar e esperar a mulher chegar cansada do trabalho com um drink, ou taça de vinho, nossa! como faz diferença! Não sabe cozinhar? Lava a louça. Limpa a casa. É pedir muito? Lê um livro! Comenta com ela! Aquele filme que assistiram juntos! Arranja assunto pra ter papo com quem você ama! Esquece o celular. Nem vê o tempo passar!
A maioria das mulheres que conheço, pessoas interessantes, bonitas por dentro, por fora, também, independentes, despojadas, viajadas, cultas... estão sozinhas. E as maiores queixas têm origem num ponto em comum: a imaturidade do homem hétero.
Porque muitos não querem uma mulher. Querem outra mãe. Alguém que os trate como filhos. Que lhes dê comidinha na boca. Que lave, passe, cozinhe, mas que também trabalhe fora e pague as próprias contas, e as contas da casa. Uma bela, recatada e do lar, mas que se banque sozinha. Acontece que a mulher “que se banca sozinha” não quer ser mãe do companheiro, não, lamento informar! Ela prefere a companhia dela mesma a tanta canseira. Como diria Nietzsche: “Não me roube a solidão sem antes me oferecer a verdadeira companhia”. E se cozinhar, lavar e passar, saiba, é porque ela decidiu e o fará na maior boa vontade.
A vida tá dura pra todo mundo. E homem que não se dispõe a crescer, vai ficar aí reclamando do Rodrigo e dessas “feminista feia, mal amada, que não depila o suvaco!”