Teatro é saúde pra alma

Santa Teresa - ES conta com Companhia de Teatro e devemos apoiar. Entrevista com Flávio Spiess

17 de abril de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021
Atuação no espetáculo "Bailei na Curva" (drama)
Atuação no espetáculo "Bailei na Curva" (drama)

Santa Teresa ES conta com muitos artistas incríveis. E o teatro e a arte, em geral, não podem ser vistos como supérfluos numa gestão pública. Toda cultura se perpetua através da arte.

A arte nos diverte, mas não é só isso. É através dela, que muitos conseguem uma catarse de suas angústias e libertação de traumas. Com arte a timidez da lugar a autoconfiança, é saúde para a alma e o Convergente apoia!

Neste artigo, entrevistamos Flávio Spiess e ele nos contou um pouco de seu trabalho frente a Rizzo Companhia de Teatro, no município. 

Breve apresentação

Flávio Spiess participou de 72 cursos, ministrou outros 26. Atuou em 28 espetáculos distintos e dirigiu outros 37. Participou de 20 Festivais de Teatro, e esteve à frente do “INTEST – Intercâmbio Internacional de Teatro de Santa Teresa” nos anos de 2016, 2017 e 2018. Recebeu premiações de Melhor Ator nos anos de 2003 e 2005 no “Festival de Esquetes de Taió” (Taió – SC), Ator Revelação em 2007 no “VII IBIATRO – Festival de Teatro de Ibirama” (Ibirama – SC), além de outros destaques. 

Há quanto tempo você trabalha com a Rizzo Companhia de Teatro?

Desde 2012, quando cheguei aqui no estado do EspíritoSanto. São 09 anos de muito trabalho, amor e dedicação. Até o momento, foram montados, ao menos, 30 espetáculos distintos. Totalizando 80 apresentações em 07 cidades capixabas – além de termos criado o “INTEST – Intercâmbio Internacional de Teatro de Santa Teresa”, que contou com grupos da Colômbia, Argentina, Chile, Portugal e Brasil (Guarapari – ES, Vila Velha – ES, Petrópolis – RJ, Timbó – ES e Santa Teresa – ES).

Onde se encaixa a importância do teatro na vida de pessoas comuns, tanto de quem assiste, quanto de quem interpreta?

Quando falamos de teatro, é comum as pessoas dizerem que jamais fariam um curso de teatro pela questão da timidez e porque não pretendem ser atores ou atrizes. Mas não é esta a questão. O fato de alguém querer ser ator ou atriz é a consequência de um trabalho, ou seja, a pessoa fez o curso, se identificou, e posteriormente passou a investir profissionalmente na área. Na verdade, o grande foco do teatro são as questões de comunicação, desenvoltura individual e coletiva, espírito de liderança, trabalho em equipe, delegação de funções de forma organizada, concentração, comprometimento, etc – aspectos fundamentais nas nossas vidas. Precisamos utilizar estas ferramentas em vários momentos: apresentação de um trabalho no colégio, faculdade ou empresa. Precisamos ter um bom desempenho numa entrevista de emprego... Enfim, todas estas ferramentas são fundamentais para nós nos inserirmos na sociedade e desenvolvermos a comunicação. 

Santa Teresa já revelou algum talento para no palco?

Claro que a arte como um todo, é extremamente difícil. Neste sentido, lamentavelmente, muitas pessoas desistem no meio do caminho. Tive ao menos 220 alunos teresenses, santa-marienses e todos com um talento absurdo! Uns investiram mais na carreira: investiram nos seus currículos e fizeram alguns testes para TV. Mas como comentei, trabalhar 100% com arte é extremamente difícil por inúmeros fatores. Lamentavelmente estes alunos já não têm a arte como foco nas suas vidas, embora faça parte. Hoje, eu tenho um aluno teresense e um aluno santa-mariense que estão investindo na área. De verdade, torço muito por eles! Mas é assim, temos inúmeros talentos “escondidos” por aqui. Cabe a pessoa querer investir, mas tendo desde o início a consciência das muitas barreiras que o artista sofre.

Onde vocês se apresentam?

Predominantemente em Santa Teresa e outras cidades capixabas, como Santa Maria de Jetibá, Domingos Martins, Colatina, Vila Velha, Aracruz e Muqui. Após a pandemia, pretendemos expandir muito mais este leque de possibilidades.

Quais são os projetos para Santa Teresa?

Além de darmos continuidade as oficinas de teatro, temos alguns projetos que estão em fase de planejamento neste momento de pandemia. Vamos aguardar um pouco e no momento certo divulgaremos nas nossas redes sociais.

Qual o perfil de seus alunos?

Temos alunos de todas as idades, mas o perfil que prevalece são os adolescentes, com certeza. Particularmente, eu acho isso incrível porque conseguimos incentivar o amor pela arte desde cedo.

A gestão pública apoia o projeto? Como?

Todos os nossos trabalhos tiveram início em 2012, através de contratos licitatórios. Passamos por algumas gestões distintas e sempre houve o interesse dos gestores da cultura em darem sequência aos trabalhos, até porque, os nossos trabalhos falam por si e sempre comprovamos os nossos resultados. Claro que tivemos complicações com a questão da pandemia. Momentaneamente não há nenhum tipo de contrato. O negócio é esperar as coisas melhorarem.

O que falta para um melhor impulsionamento desta arte no município?

Temos muitos projetos interessantes, mas para isso, precisamos de verba, obviamente. Então, faz-se necessário mais parcerias no sentido de termos mais contratos. Esperamos que a cidade e gestores públicos nos apoiem. 

Quais peças tiveram maior audiência?

É extremamente difícil dizer, porque a cada ano que passa é perceptível o aumento de público nos nossos espetáculos. Mas podemos destacar alguns em ordem cronológica: “E Nós Que Amávamos Tanto a Revolução” (drama apresentado em 2012), “Escuta Aqui, Seu Ladrão!” (comédia apresentado em 2012, 2013 e 2014), “Ainda Existem Flores no Jardim” (drama/monólogo apresentado em 2013, 2014 e 2015), “A Cantora Careca” (comédia do absurdo apresentado em 2014), “Loucura de Barriga Vazia” (drama apresentado em 2018), “Lúcia” (drama apresentado em 2018), “Natal de Bruxa Tem Asa de Morcego” (infantil apresentado em 2018), “Romeu e Julieta no Paraíso” (comédia apresentado em 2019), “Pluft, o Fatasminha” (infantil apresentado em 2019), “Brincando no Escuro” (infantil apresentado em 2019).

Quais canais para assistir ao trabalho da companhia Rizzo?

No YouTube, Facebook, Instagram e no Site (melhor visualização no notebook ou computador).

Flávio Spiess (artista nas funções de ator/diretor pela SATED/RJ) nasceu na cidade de Timbó – SC. Desde os seus 11 anos de idade (1992) já atuava em pequenos esquetes cômicos no colégio onde estudava. No ano de 2000 fez o seu primeiro curso de teatro na Sociedade Cultural de Timbó, onde participou do “Grupo Troiarte”. Entre 2001 e 2007 fez cursos de teatro através da Fundação Cultural de Timbó, e passou a participar do grupo “Seu Chico Teatro e Treinamento Corporativo”. Em 2008 teve participações no “Grupo Teatral Jecrencena” a convite, e entre 2009 e 2012 criou o “Grupo de Comédia Pingonoí” (todos os grupos citados são oriundos do município de Timbó – SC). Ainda em 2012 mudou-se para o município de Santa Teresa – ES onde reside até hoje, criando a “Rizzo Companhia de Teatro”.

imagem de
Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
PublicidadePublicidade