Com a falta do Censo, decisões políticas serão prejudicadas

Sem o conhecimento estatístico necessário, gestores ficarão no escuro

Roberto Carlos Teles Braga
18 de abril de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021

O Censo nos dá senso de direção e justiça. Onde estamos e para onde queremos ir? A bússola está nas informações captadas pelo recenseador.

Sabe aquele ditado que diz “não se pode gerenciar aquilo que não medimos”? Essa máxima vale tanto para a nossa lista de compras de casa (tá faltando fubá, detergente...?), quanto para a gestão do nosso país: Há carência de recursos em uma cidade ou de saneamento?

Sem entendermos quantos somos, qual a nossa renda, quantos de nós procuram o SUS, ou estão na extrema pobreza e precisam do Bolsa Família, as nossas leis para o gasto do dinheiro público seriam inúteis. Os gestores atuariam às cegas.

Para isto existe o Censo Demográfico, para fazer de dez em dez anos um raio-X sobre a nação brasileira, detalhando as estatísticas de cada cidade. Uma é pobre e a outra é rica? Hora de corrigir as disparidades. Mas e quando esse serviço de campo deixa de ser feito em razão da pandemia? Corremos o risco de ter um retrato infiel de nós mesmos, que mostra os traços atrasados, de mais de uma década atrás.

Como professor de Geografia, que trabalhou anos em sala de aula, sei da importância desse trabalho do IBGE. É também a pesquisa que dá a ordem para fatiar o bolo de recursos recolhidos por tributos, o chamado FPM, entre as prefeituras. O tamanho da população de cada município guia esse cálculo. Enfim, o Censo nos dá senso de direção e justiça. Onde estamos e para onde queremos ir? A bússola está nas informações captadas pelo recenseador.

Decidi escrever esse artigo após ler uma reportagem em A Gazeta - ES sobre o apagão estatístico, com a não realização do Censo em 2020, e os impactos que isso traria ao país. Recomendo a leitura.

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