ESPERANÇA
Poesia de Marta Bologna
Que não façamos tantos planos que consumam o ano inteiro
Mas que priorizemos o momento, do primeiro ao derradeiro.
Que a verdade não seja única, mas plural e benfazeja
E que os abraços sejam mais fortes para suportar a quem fraqueja.
Que as diferenças sejam como seios que alimentam qualquer corpo
E que a bondade seja entendida como não roubar o que já é do outro.
Que a beleza não nos cubra, mas apenas crie elos
Para encontrar nossa essência nos caminhos mais singelos.
Que não confundamos riqueza com acúmulo de
incertezas
Nem percamos a nobreza mesmo faltando o pão e a mesa.
Que nossa vida ultrapasse a barreira da aparência
Pois quem enxerga a alma acha linda a transparência.
Ah! Que possamos sentir medo, dor, fazer festa!
Quem sabe o amor anda escondido
Atrás daquela porta jamais aberta.
E assim vamos roubar abraços, matar saudades onde a alegria brota
E a tristeza fica esquecida, tal qual a taramela da porta.
E tenhamos o coração leve mesmo com dor
Pois o amor não tem medida,
Pois quem sabe ali a felicidade está escondida.