Humacaco: O começo

Ciência ou ética? Que se iniciem os debates!

23 de abril de 2021
atualizada em 22 de julho de 2021
Foto: Elon Musk, Wikipedia. Arte: Carmem Barcellos
Foto: Elon Musk, Wikipedia. Arte: Carmem Barcellos

Recentemente foram publicadas matérias muito interessante sobre novas pesquisas com embriões mistos: de macaco com ser humano. Outra pesquisa, também, usando macacos como hospedeiros, é baseada na fusão entre cérebro humano e artificial. As duas pesquisas vêm levantando críticas. 

Na primeira, o cientista Izpisua Belmonte e sua equipe do Instituto Salk de Estudos Biológicos da Califórnia nos EUA, cooperaram com um grupo de pesquisadores chineses liderados por Weizhi Ji na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kunming em Yunnan na China. O site DW trás os detalhes desta pesquisa. 

É interessante, que objetivos científicos sempre são pensando em resultados bons, mas gera uma dúvida do que poderia surgir de ruim a partir desses experimentos e como são feitos.

Para a pesquisa, do embrião misto, o objetivo é poder desenvolver órgãos compatíveis para transplante em humanos. Será que questões ética estão levadas em consideração? Surgem conflitos a partir destas questões que precisam ser respondidos.

Ao longo da história, vimos muitas pesquisas que sacrificaram princípios básicos da vida. Como consequências, levaram o terror por meio das guerras. Há aquelas que escaparam do controle em laboratórios e dizimaram populações. Não podemos permitir que estes experimentos sigam em frente sem um debate honesto e profundo. 
Leia, abaixo, um trecho da matéria do DW

"Anna Smajdor, professora associada de Filosofia Prática na Universidade de Oslo, foi mais longe: "Essa descoberta reforça um fato cada vez mais inegável: as categorias biológicas não são fixas – elas são fluidas", disse ela em seu comentário ao Science Media Center. "Os cientistas por trás dessa pesquisa afirmam que os embriões quiméricos oferecem novas oportunidades, porque 'não somos capazes de conduzir certos tipos de experimentos em humanos'. Mas se esses embriões são humanos ou não é uma questão em aberto."

A segunda pesquisa, trata de outra situação, igualmente, conflitante. Elon Musk está patrocinando um projeto que pretende “transplantar” mentes: fundir a mente humana com inteligência artificial.

Leituras cerebrais a partir de implantes neurais dariam a capacidade de pessoas com deficiência cognitiva poderem realizar tarefas antes impossíveis, a depender de suas deficiências. A questão ética, neste caso, é se as informações mais íntimas do cérebro humano não seriam usadas para outros fins. Leia um trecho do artigo do Canaltech

"Susan Schneider, diretora do Center For the Future Mind, centro de inovação da Universidade Atlântica da Flórida, vem criticando os planos de Elon Musk desde 2019, quando o executivo anunciou a vontade de fundir a mente humana com a inteligência artificial. Para ela, esse objetivo é o mesmo que suicídio. "Sem regulamentações adequadas, os seus dados biométricos e pensamentos mais íntimos podem ser vendidos para o licitante mais poderoso", explica."

Seja qual for a boa intenção científica, não podemos permitir que estas pesquisas sejam levadas adiante sem uma profunda discussão e controle dos métodos e resultados.

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Carmem Barcellos
Comendadora Augusto Ruschi, técnica em Meio Ambiente, graduada em Administração com habilitação em Marketing, pós-graduanda em Gestão Pública, bancária, eterna aprendiz e artista por vocação
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